O que vamos servir ao ESG?

Por: Dra. Juliana Torres

Empresas, universidades, entidades governamentais e diversos especialistas mundo a fora estão  a cada dia mais ocupados com o “ESG”.

É que este “Senhor” chegou, de repente, como um grande anfitrião para passar uma longa hospedagem e fez todos se apressarem sobre o que vão servir, qual o melhor aposento para oferecer-lhe, quais passeios vão acompanhar, etc.

O ESG “apareceu” na vida de muitos como uma autoridade estrangeira, a que não se nega hospedagem, mas que nada se sabe sobre o que veio fazer, quantos dias ficará, quantas pessoas trouxe consigo, o que gosta de comer, etc. A única certeza é: precisamos hospedá-lo, sem pestanejar. É a sobrevivência que está em jogo.

Nessa analogia fica mais fácil compreender esse desafio enfrentado aqui no Brasil e em diversos outros países: a aplicação do ESG.

E, Portugal não escapou de receber esse desconhecido.

É o que se vê em vários postos consulares, sobretudo no posto de São Paulo, a maior cidade do hemisfério sul.

A governança socioambiental (ESG) dos trabalhadores consulares tem sido um grande desafio. Na última segunda, dia 23 de janeiro, este foi o pleito da comunidade portuguesa que se reuniu na Casa de Portugal para dar as boas vindas ao Exmo. Sr. Dr. Cônsul Geral Antonio Pedro Rodrigues da Silva, que inicia seu trabalho em São Paulo, no maior posto consular brasileiro.

São poucos profissionais para tender à grande demanda de pedidos de nacionalidade, por exemplo. O agendamento eletrônico é insuficiente para atender à alta procura. Advogados são cada vez mais consultados, por cidadãos, para prestarem esse serviço diretamente em Portugal.

O volume é tanto que explico aos Advogados: Portugal já se tornou um nicho na Advocacia ao lado de Direito Penal, Trabalhista ou Ambiental.

Isso demonstra a amplitude da atuação desse “novo” tipo de governança. Aplica-se a todos os nichos: aos antigos, aos atuais e aos que estão por vir. Nada escapa à nova postura.

Porém, ainda continuamos sem saber exatamente seu conteúdo, sem a certeza da universalização dos relatórios ESG e seus benefícios a todos os países, mercados de atuação e negócios.

O que nos resta, como bom anfitrião que somos, é oferecer o que há de melhor. Somos portugueses, reconhecidos, mundialmente, como excelentes anfitriões (os prêmios de turismo recebidos a cada ano são prova disso). Assim, poderemos testar toda a nossa doçaria, nossas paisagens, festas, artesanato. Um a um. Passo a passo, até este Senhor concordar. Não é assim que fazemos aos turistas que estão em Portugal a todo ano?

Portanto, nos resta empregar o que melhor sabemos de governança, de proteção ambiental, de convívio social para receber o Sr. ESG, que veio para todos e todas. Em breve, ele nos dirá do que gosta, quanto tempo ficará e o que veio fazer, com total clareza (nada como um bom vinho…).

Trago notícias.

DRA. JULIANA TORRES
Juliana Torres Martins é Mestre em Direito das Relações Sociais, com ênfase em Direito Ambiental pela PUC/SP, onde foi graduada. Participa como membro da Associação dos Professores de Direito Ambiental no Brasil (APRODAB), da Comissão dos Juristas de Língua Portuguesa (CJPL), da Comissão OAB Vai à Escola (OAB/SP) e do Comitê Justiça Alimentar. Também é Diretora da Associação Brasileira de Advogados (ABA de Arujá) e integrante da Área Ambiental da Academia Paulista de Direito (APD). Atua como professora de Direito Ambiental, pesquisadora, advogada ambientalista, mediadora e palestrante. Ocupa o cargo de Diretora de Operações do Instituto Brasileiro de ESG – ESG Brasil.

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