Por Esdras Dantas de Souza.
Muitas vezes, diante do fracasso, nós ficamos chateados. Contudo, o fracasso, embora doloroso e muitas vezes visto como um retrocesso, carrega em si uma lição inestimável que o sucesso, por vezes, ofusca. Ele atua como um filtro, revelando a verdadeira essência das relações que cultivamos. Em momentos de sucesso e abundância, é comum vermos nosso círculo social se expandir rapidamente, atraído pela luz do nosso brilho. Contudo, é na escuridão do fracasso que a verdadeira força dos laços é testada.
Ter muitos ao redor quando tudo vai bem é fácil; o desafio é ver quem permanece quando as festas acabam e as luzes se apagam. Essas poucas almas resilientes, que ficam ao nosso lado mesmo quando não temos nada a oferecer, são os tesouros que devemos valorizar e levar conosco ao longo da vida. São elas que oferecem o apoio incondicional, a compreensão e o amor que nos empurram para frente, mesmo quando recomeçar parece uma tarefa hercúlea.
O fracasso nos dá a oportunidade de reavaliar nossas amizades, permitindo-nos identificar e cortar os laços com aqueles que só estavam presentes em busca de benefícios próprios. Essa depuração é vital para o nosso crescimento pessoal, pois ao eliminarmos as influências negativas, abrimos espaço para que novas, autênticas e positivas relações floresçam.
Portanto, encarar o fracasso como um mestre, e não como um inimigo, pode transformar profundamente nossa jornada. Aproveitar esse período para uma introspecção honesta sobre quem somos e quem queremos ao nosso lado é essencial para seguir adiante com mais sabedoria e força. Em vez de lamentar os que se foram, devemos celebrar os que ficaram e acolher as novas conexões que estão por vir, construídas sobre a base sólida da verdadeira amizade e do respeito mútuo.
Esdras Dantas de Souza é advogado, professor e presidente da Associação Brasileira de Advogados (ABA)