Por Danielly Magalhães
Pedagoga | Diretora de Diversidade e Inclusão no Mercado de Trabalho – Portal Azul
A inclusão de pessoas com deficiência (PcD) no mercado de trabalho é, antes de tudo, uma questão de justiça social. Não se trata de “caridade”, nem de “boa vontade”, mas de garantir a cada cidadão a chance de ser reconhecido por suas competências, talentos e potencial de contribuição para a sociedade.
Apesar de avanços na legislação, como a Lei nº 8.213/91 (Lei de Cotas), que obriga empresas com mais de 100 funcionários a contratarem PcDs, o caminho para uma verdadeira inclusão ainda é cheio de obstáculos. Muitos deles invisíveis, mas profundamente enraizados na cultura organizacional, no preconceito estrutural e na falta de preparo de instituições públicas e privadas.
Entre os principais desafios enfrentados por PcDs que buscam inserção no mercado, destaco:
- Falta de acessibilidade nos processos seletivos
- Estigmas associados às deficiências, especialmente as invisíveis (como o autismo)
- Ambientes de trabalho despreparados para acolher e desenvolver esses profissionais
- Ausência de formação continuada voltada à qualificação profissional inclusiva
Como pedagoga e mãe atípica, sei na pele que a exclusão começa muito antes da entrevista de emprego. Ela está nas escolas que não oferecem suporte adequado, nos cursos que não se adaptam, nos sistemas que classificam talentos pela régua da “normalidade”.
Mas eu também sei — porque vejo isso todos os dias — que quando a oportunidade certa encontra o talento certo, a inclusão acontece. E transforma. Transforma vidas, empresas e sociedades inteiras.
É por isso que, no Portal Azul, assumimos a missão de promover a empregabilidade consciente, respeitosa e efetiva de pessoas com deficiência. Nosso trabalho vai além da teoria. Atuamos para:
- Sensibilizar empresas sobre os benefícios da diversidade real
- Formar lideranças com olhar inclusivo
- Conectar talentos atípicos a vagas que respeitem suas particularidades
- Apoiar a construção de políticas internas que não apenas contratam, mas mantêm e valorizam seus profissionais
Inclusão começa com oportunidade. Mas para que ela floresça, é preciso um solo fértil: com acolhimento, capacitação, respeito e protagonismo.
E você? Está preparado para abrir portas ou ainda tranca oportunidades atrás de muros invisíveis?