Por Esdras Dantas
Há um ditado popular que diz: “Perdoar é divino”. Mas será que compreendemos verdadeiramente a profundidade dessa frase? Muitas vezes, carregamos mágoas e ressentimentos como se fossem pesados fardos, acreditando que, ao não perdoar, estamos punindo aqueles que nos feriram. No entanto, o que poucos percebem é que a verdadeira punição é autoinfligida. A mágoa corrói nossa paz, sufoca nossa alegria e nos prende a um passado doloroso.
O perdão não é algo que fazemos pelos outros. Perdoar é um ato de libertação pessoal, um presente que oferecemos a nós mesmos. Quando você perdoa, mesmo que o outro jamais saiba ou reconheça, é você quem se cura. É você quem dá o primeiro passo para uma vida mais leve, mais plena e, acima de tudo, mais feliz.
O perdão é a chave que destranca as algemas invisíveis que mantêm o nosso coração preso ao sofrimento. Ao deixar o passado no passado, abrimos espaço para a paz e o amor florescerem novamente. Perdoar não é justificar o erro, mas escolher não permitir que o erro defina quem somos.
Quantas vezes nos agarramos à dor, pensando que isso nos tornará mais fortes? No entanto, a verdadeira força está em soltar. Está em escolher a paz sobre a raiva, o amor sobre o ódio, o futuro sobre o passado. Perdoar não é fraqueza. Pelo contrário, exige uma coragem tremenda. É um ato de amor-próprio, uma decisão consciente de não deixar que as cicatrizes emocionais nos impeçam de viver plenamente.
Imagine-se carregando um pesado saco de pedras. Cada mágoa, ressentimento e raiva é uma pedra adicionada a esse saco. Agora imagine como seria largar esse fardo. Imagine a leveza, a liberdade. Esse é o poder do perdão. Quando você perdoa, você se liberta. Você se permite voar novamente, livre das correntes que o prendiam.
E aqui está a beleza: ao perdoar, você não apenas se cura, mas também abre caminho para que o amor, a bondade e a compaixão fluam em sua vida. Você se reconecta com sua essência, com sua verdadeira capacidade de ser feliz.
O perdão é um ato de compaixão para consigo mesmo. Ao perdoar, você está escolhendo a sua felicidade. Está dizendo que merece mais do que a dor do passado, que merece a alegria do presente e as possibilidades infinitas do futuro.
Então, se hoje há algo que pesa em seu coração, pergunte a si mesmo: “Eu estou pronto para me libertar?” Porque quando você perdoa, você ganha algo mais precioso do que pode imaginar — a liberdade de ser plenamente você, sem as amarras do passado.
Perdoe. Cure-se. Liberte-se.
Esdras Dantas é advogado, professor e presidente da Associação Brasileira de Advogados (ABA)